As miopatias são doenças que, por mecanismos fisiopatológicos distintos, afetam os músculos alterando a estrutura e funcionamento desses. O principal sintoma clínico que deve levantar a suspeita de miopatia é a fraqueza muscular, usualmente afetando músculos proximais dos braços, pernas e tronco. O paciente pode se queixar de dificuldade de levantar-se da cadeira, subir escadas, pegar objetos acima da cabeça, escovar os dentes ou os cabelos e cansaço além do habitual. Além da perda de força, podem se manifestar com dor (mialgia), atrofia muscular, cãibras, fasciculações e ocasionalmente sinais e sintomas sistêmicos comos lesões cutâneas, hematúria, alterações esqueléticas, cardíacas e respiratórias.
Trata-se de um grupo variado de doenças, que podem resultar de causas congênitas ou hereditárias, adquiridas, tóxicas (p. ex pelo uso de estatinas), imunomediadas/inflamatórias ou até mesmo infecciosas.
Atualmente, a medicina dispõe de diversos exames que podem ajudar a identificar e classificar as miopatias. Exames laboratoriais como a dosagem sérica de creatinofosfoquinase (CPK), aldolase, LDH e enzimas hepáticas podem corroborar a hipótese clínica de alterações musculares. Exames específicos como a Eletroneuromiografia, ressonância magnética dos músculos ou até mesmo biópsiafazem parte do arsenal propedêutico disponível.
A Eletroneuromiografia é um elemento fundamental no diagnóstico e acompanhamento das miopatias, e deve sempre ser utilizada como uma extensão da avaliação clínica, já que é capaz de documentar a existência de doença muscular e pode apontar ou excluir diagnósticos diferenciais. Ainda, é possível determinar individualmente os músculos afetados, o grau de lesão muscular e encontrar características específicas como a presença de miotonia ou sinais inflamatórios.
De maneira geral, na suspeita de miopatia a Eletroneuromiografia deve ser realizadanos quatro membros (MMSS e MMII), preferencialmente associada a testes de estimulação repetitiva para avaliar distúrbios da junção neuromuscular e ocasionalmente em segmentos especiais (p. ex Face). Vale salientar que a Eletroneuromiografia é um exame dinâmico, e os protocolos de estudo são sempre avaliados caso a caso. As principais alterações encontradas são mudanças na morfologia, amplitude, duração e recrutamento dos potenciais de unidades motoras (MUP) durante a realização da eletromiografia (exame com agulhas).
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