A dificuldade de dorsiflexão do pé ocorre como consequência da fraqueza do músculo Tibial Anterior e é denominada “pé caído”, devido a posição anômala adotada pelo pé do lado afetado. Quando o paciente está sentado ou deitado com os pés relaxados, o pé fraco fica em posição mais baixa que o contralateral, daí o nome “pé caído”.
Devido a dificuldade de elevar o pé, o paciente pode se queixar de tropeços e quedas frequentes, especialmente para subir pequenos degraus ou em calçadas, e adotar a marcha escarvante: arrasta a ponta do pé afetado no chão, o que pode causar desgaste no bico do sapato. Pesquisar sintomas associados como dormência e perda de sensibilidade na face anterior da perna e dorso do pé, fraqueza de outros grupamentos musculares ou alterações nos reflexos são imprescindíveis para auxiliar na elaboração da hipótese diagnóstica.
Apesar de ser um quadro clínico relativamente comum e usualmente benigno, são inúmeras as possibilidades de diagnósticos diferenciais, desde problemas focais e autolimitados até doenças graves como a Esclerose Lateral Amiotrófica. São muitas as topografias possíveis do “pé caído”, e virtualmente é possível que a lesão esteja em toda a extensão do sistema nervoso periférico. Por isso, a Eletroneuromiografia é fundamental para localizar o problema, dimensionar a gravidade, fornecer pistas para o diagnóstico e estimar o prognóstico, e sempre deve fazer parte da investigação complementar do “pé caído”.
Na maioria das vezes, a realização da Eletroneuromiografia dos Membros inferiores (MMII) é suficiente, mas em alguns casos é necessária a extensão do estudo para outros segmentos. Vale ressaltar que o exame é dinâmico, e os protocolos de estudo são sempre avaliados caso a caso.
GFBF