POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO



Outros termos usados para o mesmo exame:

  • Potencial de Tronco
  • Potencial Evocado de Tronco Cerebral
  • Potencial Evocado de Tronco Encefálico
  • Potenciais Evocados Auditivos de Curta Latência
  • PEATC

 

Destina-se à avaliação das funções auditivas. Os potenciais evocados auditivos podem ser separados em pelo menos três modalidades. Os de curta latência, também chamados de PEA-TC , Potencial Evocado Auditivo de Tronco Cerebral, o Potencial Evocado Auditivo de Média Latência e o Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência. Cada um deles com suas peculiaridades e indicações específicas.

Na pratica, quando se fala em PEA estamos nos referindo ao PEA-TC, cujo objetivo é a avaliação da função do nervo auditivo e do curto trajeto pelo tronco cerebral.

Como todos os PE, para sua execução precisamos da aplicação de estímulos e posteriormente da captação das ondas geradas pelos estímulos aplicados.

Para a execução do PEA-TC o estímulos aplicados são sonoros, mas de um tipo muito específico. São apresentados curtos estalidos denominados clics, através de fones de ouvido, semelhante aos utilizados em aparelhos de som. Estes clics provocam as respostas no nervo auditivo que seguiram seu trajeto natural. Os potenciais elétricos evocados pelos estímulos são captados por eletrodos aplicados à pele na região das orelhas e do couro cabeludo.

A estimulação auditiva é realizada na maioria das vezes em cada um dos ouvidos separadamente de modo a se avaliar a função em cada um dos nervos auditivos e suas vias.

A resposta elétrica gerada pelos estímulos é complexa, formada por vários componentes. Classicamente o PEA-TC é composto por sete ondas, que recebem nomes seriados (1 a 7) em algarismos romanos, sendo as ondas I, III e V as mais visíveis e de maior valor clínico.

Na resposta evocada, com a identificação de cada uma das ondas é possível correlacioná-las claramente aos vários pontos da via estudada, desde o nervo auditivo até os demais segmentos do tronco encefálico: Onda I, gerada na porção inicial do nervo auditivo, a onda II na porção final do nervo auditivo/ tronco encefálico, a onda III no núcleo coclear, a onda IV no complexo olivar superior e a onda V no lemnisco lateral. As ondas VI, gerada no colículo inferior e a onda VII, gerada no corpo geniculado medial, podem não ser bem identificadas em algumas vezes, tendo assim, menor valor clínico.

Além dos tempos para formação de cada uma das ondas, que são chamados de latências absolutas também são analisados os tempos decorridos entre duas ondas específicas que são chamadas de latências relativas ou latências inter-pico. As mais utilizadas são I-III ( tempo entre a onda I e a onda III), III-V( tempo entre a onda III e a onda V) e I-V( tempo entre a onda I e a onda V). São analisadas ainda as amplitudes das ondas que tem menor importância absoluta.

Os PEA-TC podem ser úteis em muitas condições clínicas. Uma das principais indicações dos Potenciais Evocados Auditivos é o diagnóstico precoce das lesões expansivas do VIII Nervo Craniano (nervo vestíbulo-coclear). Apesar de estruturalmente estas lesões se localizarem na porção vestibular daquele nervo, uma as mais precoces alterações observadas se dá nos Potenciais Evocados Auditivos, surgindo antes mesmo de que as lesões expansivas possam ser identificadas em exames de imagem, como tomografia ou ressonância magnética.

Outra importante indicação deste estudo é na avaliação de estruturas de tronco (ponte e mesencéfalo), como processos inflamatórios, tumores, isquemias, dentre outras.

Como as áreas envolvidas na formação destes potenciais são extremamente antiga na ontogênese, os potenciais aí gerados são extremamente estáveis numa série de condições adversas, não sofrendo influencias de medicamentos, sono, sedação, ou mesmo de anestésicos gerais. Estas características fazem estes potenciais muito úteis tanto no diagnóstico quanto no manuseio e no prognóstico dos pacientes comatosos.

Além destas indicações, que se baseiam na pesquisa de integridade funcional das vias auditivas, podemos ainda utilizar o PEA-TC para definir o limiar de audição. Esta aplicação é bastante útil em indivíduos pouco cooperativos ou em crianças muito novas que não são capazes de realizar a audiometria de rotina.

Quando utilizado para a finalidade de defnir o limiar auditivo o PEA-TC recebe muitas vezes o nome de BERA (do ingles Brainsteam Evoked Response Audiometry).

O PEA-TC ( ou o BERA) pode ser realizado em qualquer idade: idosos ou recém-nascidos. Os clientes podem estar dormindo, acordado ou sedados.

Partimos de uma intensidade elevada de estímulo auditivo e definimos a Onda V. Em seguida séries consecutivas são realizadas diminuindo-se a intensidade de estímulo em cada uma das séries até que não se consiga mais identificar a onda V. Neste ponto chegamos ao limiar de audição, que será a intensidade do estímulo da última série na qual se conseguiu a resposta.

A NRC está preparada para a realização de todas as modalidades de PEA citadas acima e se coloca como uma parceira importante de muitas especialidades médicas no diagnóstico de muitas patologias ou condições clínicas.