ELETRONEUROMIOGRAFIA

 

Outros termos usados para o mesmo exame:

 

  • Eletromiografia
  • Estudo de condução Nervosa
  • Eletromioneurografia

 

Nas duas últimas décadas os avanços tecnológicos na área médica permitiram alcançarmos um nível estrondoso de qualidade na saúde, especialmente em métodos diagnósticos. Na área de neurofisiologia inúmeros testes surgiram, outros tiveram seu nível de segurança e de sensibilidade aumentados, de forma que dispomos nos dias atuais de um arsenal formidável para avaliação das patologias que acometem o sistema nervoso, tanto o sistema nervoso Central - SNC quanto o sistema nervoso periférico - SNP.

A Eletroneuromiografia é o mais importante exame realizado para o Sistema Nervoso Periférico, sendo considerado Padrão-Ouro (Gold-Standard) para a maioria das patologias nesta área. É um exame importante, muitas vezes sem outros que possam substituí-lo.

Este procedimento médico, na realidade, é muito mais que um exame complementar. Suas peculiaridades fazem dele uma consultoria médica. Para sua realização o médico especialista precisa dispor de equipamentos específicos e de conhecimentos aprofundados, da anatomia, fisiologia e fisiopatologia do SNP. Precisa dispor e dominar técnicas e modelos matemáticos e estatísticos especiais para a avaliação das várias facetas do SNP. Em razão da extensão de seu alcance e de suas peculiaridades, a ENMG é realizada sempre por um médico especialista que na sua formação obteve o treinamento necessário. Este especialista, através dos equipamentos modernos, de seus conhecimentos e técnicas avaliará o estado em de funcionamento dos nervos e músculos dos pacientes e ao final de sua avaliação, poderá emitir um completo relatório, da normalidade ou não daquele sistema.

Para acessar o nervo periférico o médico colocará eletrodos em pontos específicos do corpo para realizar estudo da condução nervosa dos diferentes nervos, tanto aqueles que servem para conduzir sensações ao corpo (fibras nervosas sensitivas) quanto aqueles nervos que comandam o movimento dos músculos (fibras nervosas motoras) .Com a aplicação de pequenos estímulos elétricos em cada um desses nervos é possível "forçar" ou evocar seu funcionamento o que permitirá obter dados para análise.

O médico especialista avalia ainda a atividade muscular, ou seja como estão funcionando os músculos tanto quando estão parados, em repouso, quanto durante sua atividade, em contração. Um novo conjunto de dados será obtido através de um delicado eletrodo, que alguns denominam como eletrodo de agulha, que é introduzido no músculo. Análises deste dados permitirão estabelecer se tudo está dentro da normalidade ou, caso contrário, detectar e localizar a presença de processos patológicos.

Os exames mais comuns avaliam membros superiores, membros inferiores ou os quatro membros, sempre de ambos os lados o que garante a realização de exame de qualidade e abrangência. Estudos de outros segmentos como Face, Cabeça, Tronco ou outros segmentos especiais podem ser realizados de acordo com a necessidade de cada caso ou dependendo da patologia que se está buscando.

Não há restrições importantes para a realização do exame de Eletroneuromiografia. Crianças, Idosos, pessoas portadoras de Marca-Passo cardíaco, ou em uso de medicamentos, os mais variados, na imensa maioria das vezes podem se submeter ao exame, sem qualquer problema. Contudo, é importante que todas as informações sejam passadas no momento do agendamento, para eventuais preparos ou medidas especiais que possam ser necessárias.

A Eletroneuromiografia é realizada em crianças de qualquer idade, inclusive recém nascidos e até mesmo prematuros. É muito bem tolerada pelas crianças sendo muito útil em condições como traumatismos de plexo braquial, que podem ocorrer no parto, doenças congênitas ou hereditárias, dentre outras condições.



A princípio, todas as doenças do sistema nervoso periférico devem ser avaliadas por uma ENMG. Entre elas citaremos as mais comuns:

  • Polineuropatia / Neuropatia Periférica
  • Hérnias de Disco / radiculopatias
  • Mielopatias
  • Síndrome do Túnel do Carpo
  • Paralisia Facial
  • Miastenia Gravis
  • Esclerose Lateral Amiotrófica
  • Distrofia Muscular
  • Miopatias
  • Fraquezas Musculares
  • Dormências, formigamentos e queimação
  • Doenças da Coluna e lombalgias
  • Dentre outras

 

Estas doenças apresentam sintomas que muitas vezes são inespecíficos, como dormências, formigamentos, fraquezas, dores, insensibilidades, podendo ser comuns entre várias deles, inclusive de condições fora do sistema nervoso. Em razão disto, a Eletroneuromiografia se torna essencial para uma avaliação adequada.

Merecem ainda especial atenção os portadores de Diabetes, que freqüentemente desenvolvem neuropatias periféricas em alguma fase de sua evolução. Estimativas mundiais indicam que cerca de 50% dos diabéticos sofrem de neuropatia e possivelmente outros 25 a 35% apresentem quadro sub-clínico que se desenvolve de forma silenciosa, sendo esclarecidas somente em fases mais adiantadas.

Para cada uma dessas condições acima existem testes diferentes no escopo da ENMG para avaliar cada parte específica do sistema nervoso periférico acometida. Desta forma, dependendo da suspeita clínica do médico, os exames podem ser feitos nos membros superiores, nos membros inferiores (MMII), na Face ou em segmentos especiais. Estes estudos mais simples, que na realidade são a maioria, permitem avaliar problemas que são restritos a cada um daqueles segmentos.

Em alguns casos, quando as doenças são difusamente distribuídas ou são sistêmicas, faz-se necessário examinar uma maior extensão do corpo, por exemplo, MMSS+MMII, o que se faz na maioria dos casos de neuropatia periférica, polineuropatias e miopatias, por exemplo.

Em outras situações, em patologias específicas, pode ser ainda necessário avaliar todo o corpo para se ter de forma bem definida a extensão das alterações. Assim nas doenças do neurônio motor inferior, como na esclerose lateral amiotrófica, temos que avaliar os MMSS e MMII e ainda a cabeça e/ou o tronco. Isto sem considerar a necessidade por vezes de realizar testes especiais, como para a placa motora, nos casos de suspeita de Miastenia Gravis ou de se realizar testes para sistema nervoso autônomo, nos casos de neuropatia periférica que podem apresentar alterações autonômicas.